JUSTIFICATIVA:

A feira Beco do Inferno começou com um grupo de artistas que tinham a necessidade de participar de um evento em que pudessem mostrar e vender seus trabalhos. Na época, não haviam alternativas além de bazares elitizados, com altas taxas e pouco público, ou nas feiras de artesanato, onde era obrigatório se vincular há uma associação, cujos padrões não nos encaixávamos. 

Foi então que surgiu a ideia de fazermos uma feira na rua, reunindo todos artistas que quisessem participar de maneira livre, sendo a única exigência que vendesse seu próprio trabalho. 

A escolha do nome fez-se a partir do local. Quando soubemos através de um passeio histórico, que havia uma rua do centro que se chamou, durante muitos séculos “beco do Inferno”, não tivemos dúvida de que ali seria o nosso lugar, e fomos em busca das autorizações para realizarmos a primeira feira.

Foi em 5 de junho de 2016 e, mesmo com a forte chuva, fizemos a feira que gratificou a todos que frequentaram. A partir desta edição fomos acumulando as informações necessárias para vencer os obstáculos burocráticos, as resistências morais e políticas, as exigências administrativas e fomos artisticamente ocupando o Beco do Inferno, trazendo a infraestrutura sanitária, os equipamentos de som e acolhendo e confortando os artistas da cidade. 

Desde então a feira não parou de crescer, e a cada edição e de nós dar orgulho e satisfação, ela nos proporciona um encontro potente entre artistas, público, é um evento acolhedor, democrático, e virou o ponto de partida para muita gente. Muitos artistas que hoje se consolidaram na musica, artesanato e artes visuais se fortaleceram e se empoderaram a partir da sua participação nas edições da feira.

Como o Beco do Inferno foi ficando cada vez menor, nós resolvemos nós mudar para a Praça Frei Baraúna que é um lugar já muito conhecido e utilizado pelos artistas por ali ter funcionado a extinta Oficina Cultural Grande Otelo. A praça que nos acolheu de maneira muito mais confortável do que o beco também nos pede socorro para o seu abandono. E acreditamos que a feira beco do inferno na praça da grande Otelo nós indica um apelo pela cultura de nossa cidade que há tempos é deixada de lado e abandonada em sua gestão. 

Atualmente o público de cada edição da feira é na faixa de 2000 mil pessoas, quanto aos feirantes recebemos em média 200 inscrições em 24horas, sendo o público feirante 85% mulheres, destas em média 170 são de artes visuais e artesanato, 30 de alimentação. A cada edição selecionamos na faixa de 150 pessoas. Mesmo sendo bimestral as feirantes relatam que a feira gera um complemento na renda que ajuda a pagar as contas, aluguel, etc.

A feira não é e nunca será uma empresa e sim um coletivo de artistas que se revezam para trabalhar para o fomento deste evento tão importante para toda a cidade. É um espaço que nos vamos para a fruição da cultura popular. 

As integrantes da organização atualmente são:  Flávia Aguilera, artista visual e professora, Verônica Heidemann artista visual e professora, Lívia Poloto produtora cultural, Ananda Jacques cantora e compositora, Magda Barbosa produtora cultural, Hiuli Vidal artista e cozinheira na Sal da Terra Veg e a Maria Negretti das redes sociais.

Também contamos sempre com as meninas técnicas de som que nos ajudam no dia da feira levando, buscando e cuidando dos equipamentos emprestados durante o evento: Isa Brisa, Silvia Dias e Flávia Fontolan. Técnicas de som e roadies.